04 dezembro, 2008

Arborização urbana - escolha de espécies


São indiscutíveis os benefícios que as árvores proporcionam para a qualidade de vida na cidade. Além de embelezar o ambiente elas tem um papel fundamental reduzindo diversos tipos de poluição, tais como a poluição do ar, da água, do solo, visual e sonora.
Elas absorvem o carbono gerado pelas pessoas, fábricas, lixo, automóveis, etc e nos devolvem o oxigénio, tão essencial à vida.
Suas copas densas funcionam como barreiras contra ruídos, ventos, água e luz, e servem de refúgio em dias de sol escaldante ou chuvosos.
Elas ainda oferecem abrigo e alimento às aves, que são importantes aliadas no controle de insectos transmissores de doenças nas cidades.
Uma cidade bem arborizada tem um clima melhor de se viver, é mais agradável, aprazível e saudável de várias formas.
No entanto, apesar de todas estas qualidades, as árvores são deixadas em segundo plano, com a desculpa de que irão destruir calçadas, calhas, muros, canalizações, linhas de alta tensão ou então irão provocar lixo nas ruas e até mesmo acidentes com a queda dos frutos e galhos.
Em geral os problemas relacionados com as árvores e seus “pontos negativos” estão intimamente ligados ao mau maneio, escolha de espécies inadequadas e plantação em locais impróprios.
Todas estas dificuldades podem ser facilmente evitadas com um bom planeamento urbano.
Todas as cidades devem ter um plano de arborização, para ser utilizado pelos funcionários e empresas envolvidos directamente na plantação e maneio de árvores e para que os moradores saibam quais as diretrizes do plano e respeitem as leis ambientais envolvidas.
As questões envolvidas no planeamento incluem: o que plantar? (qual espécie, variedade, porte), como plantar? (quais os procedimentos adequados), qual o maneio envolvido? (qual a manutenção que a espécie vai gerar, como podas, adubações, desinfecções), onde? (em calçadas, parques, praças, residências, escolas, etc.) e quando? (em que fase da urbanização, em que idade da muda).
Um estudo detalhado deve ser realizado e cada cidade é um caso diferente, existem diferentes normas de urbanização e paisagismo que norteiam a elaboração do plano de arborização, mas cada uma deve ter uma interpretação de acordo com as necessidades de cada município.
Uma destas normas diz respeito à escolha das árvores e não há uma lista pronta que possa ser usufruída por todos.
Mas alguns pontos devem ser levados em consideração tais como:
  • Dar preferência às árvores nativas: São elas que oferecem melhor equilíbrio ecológico e abrigo à fauna. Em geral são muito bem adaptadas ao clima e às condições da região e terão crescimento vigoroso.
  • Resistência às doenças, pragas e poluição: É oneroso e inadequado a plantação de árvores que necessitem pulverizações periódicas com defensivos. Da mesma forma plantas que abrigam doenças e pragas se tornarão foco para plantações comerciais de importância económica localizadas próximo às cidades.
  • Comportamento de raízes e porte: Embora estejam relacionados, nem sempre árvores de pequeno porte têm raízes adequadas. Raízes agressivas que levantam o pavimento depois de um tempo e árvores de grande porte devem ser evitadas em calçadas, sob fios de alta tensão e próximo das construções, mas vão muito bem em espaços públicos amplos, como parques.
  • Dar preferência às árvores rústicas, de rápido crescimento ou mudas já bem desenvolvidas, pois nas ruas elas estão sujeitas a vandalismos e predações.
  • Evitar árvores de fruto, principalmente as exóticas e as de frutos grandes, que podem provocar acidentes na queda e sujar as vias urbanas.
  • Evitar árvores exóticas de potencial invasivo, com facilidade de propagação por sementes.
  • Dar preferência a árvores de madeira resistente, evitando assim queda de galhos e troncos durante temporais ou devido a apodrecimentos.
  • Árvores perenes são preferíveis em cidades de clima quente, já árvores caducas no inverno são interessantes em cidades de clima frio, pois permitem a passagem da luz solar.
  • A copa das árvores escolhidas deve ser adequada ao local da plantação, em formato e tamanho evitando-se assim que esconda a sinalização, danifique automóveis, edifícios e pessoas e interfira nos fios elétricos e de telefone.
  • Evitar árvores de folhas e frutos tóxicos, principalmente em praças, parques infantis ou passeios onde circulem crianças.

Fonte: www.jardineiro.net

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